Equipamentos/Interconectividades de uma Central de Monitoramento
Publicado por Celço Cavazin em
Inicialmente vamos dar uma visão macro de interconectividades do monitoramento, usando como guia a figura abaixo.
No cliente: Instala-se o sistema de alarme e escolhe um dos seguintes meios de transmissão para comunicar com o monitoramento:
- Por linha telefônica: este é o meio mais utilizado, embora seja o mais vulnerável e suscetível a condições de sabotagem, além de ser o maior custo de transmissão. Em função do custo, geralmente as empresas de segurança configuram um teste periódico a cada 24 horas, significando que a detecção do corte de linha pode ser identificada em até 23:59 após o ocorrido.
- Por Rádio: este sistema evoluiu muito com a chegada da rede mash, onde cada rádio instalado no cliente passa a ser um repetidor dos demais num raio médio de 3Km, evitando a necessidade da instalação e locação de pontos de repetidoras, todavia a empresa de segurança deve crescer seus rádios de forma organizada do centro para as bordas, iniciando de sua base de monitoramento e gradativamente avançar para os pontos mais distantes; semelhante ao efeito do pingo d’água em pote com água. Neste caso os rádios transmissores costumam ter um custo um pouco maior que os outros meios de transmissão.
- Por GPRS: para este meio usa-se um transmissor que envia os dados ao monitoramento através de um Chip GSM pelo usando o canal de dados GPRS. Embora este seja um custo de transmissão baixo e de difícil sabotagem, ele depende de área de cobertura e é inconstante, pois as operadoras priorizam o plano de voz por Chip em detrimento ao plano de dados, contudo existem empresas especializadas em telemetria que fornecem este serviço com maior confiabilidade.
- Por Ethernet: Se revela ser o meio de transmissão mais constante e veloz, além de ser barato, contudo ele pode sofrer do mesmo “mal” da linha telefônica, pois normalmente os clientes trafegam este por linha telefônica. O alento é que permite configurar testes periódicos a curtos períodos de tempo (ex.: 10 minutos), o que possibilita a empresa de segurança saber do corte quase em tempo real.
- No caso de transmissão de imagens, necessita usar a Internet para sua transmissão:
- Internet de operadora de telefonia: Embora seja o mais usual, o cuidado que tem de tomar é que os planos de internet convencionais dispõem normalmente de 10 a 20% de Upload do total da banda contratada. Ex.: link de 10Mb, na pratica só disponibiliza 1Mb para transmissão das imagens aos acessos remotos. Diferentemente do alarme, imagem necessita de uma banda de trafego infinitamente maior, logo isto geralmente é um transtorno para o cliente e a empresa de segurança.
- Internet por rádio: Embora mais seguro, geralmente tem problemas de liberação de portas e largura de banda insuficiente ou lento para o trafego destas imagens.
- Internet por link de fibra: Este costumeiramente é o meio de transmissão mais rápido, caro e constante de todos. “Este é o melhor dos mundos”.
Custos de transmissão: Há diferentes formas de transmissão e seus custos associados, dependendo da forma escolhida no cliente
- Por linha telefônica: necessita de uma linha telefônica conectada ao sistema de alarme, que por sua vez é configurado para discar para uma linha telefônica conectado a uma receptora (receiver) na central de monitoramento. Os planos variam muito, mas uma taxa mediana é de R$0,20 por discagem, supondo que o alarme do cliente transmita 4 sinais por dia (1 Arme, 1 Desarme, 1 Teste e 1 supervisão) ao final de um mês vamos encontrar um custo aproximado de R$24,00 para uso do alarme pelo cliente.
- Por rádio: Tem de haver um modulo transmissor no cliente, outro receptor no monitoramento e dependendo do tipo de transmissão é necessário repetidores no caminho. A pratica de mercado é vender o modulo transmissor rádio e ter uma taxa de monitoramento mensal baixa. Embora o desembolso inicial seja maior ao cliente, geralmente ele se torna o menor num período superior a 1 ano.
- Por GPRS: necessita de 1 Chip de dados conectado a um modulo transmissor GPRS no cliente devidamente configurado para o software receptor do fabricante do modulo, instalado num computador do monitoramento. Para isso o monitoramento tem de ter uma Internet devidamente configurada para conectar ao software servidor a fim de poder receber estes sinais. O custo para o cliente é do modulo transmissor e o plano de dados/mensalidade. A mensalidade do plano de dados do Chip está em torno de R$10,00 para uma média de até 5000 sinais transmitidos ao monitoramento.
- Por Ethernet: requer 1 modulo transmissor Ethernet conectado à rede local do cliente, enviando para um software receptor do fabricante do modulo, instalado num computador do monitoramento. Este é o menor custo, pois basta o cliente ter uma internet para poder transmitir estes pacotes de dados muito pequenos, que não afetarão no uso da internet do cliente.
A Central de monitoramento: como há formas diferentes de transmissão pelo cliente, logo o monitoramento tem de estar preparado para receber por pelo menos dois destes meios.
- Por linha telefônica: em média a cada 250 contas necessita de uma linha telefônica de recepção (conectada a receptora), contudo recomendamos já iniciar com duas linhas de operadoras distintas, a fim de garantir a recepção da transmissão pelo cliente, já que todos os painéis de alarme permitem ligar para pelo menos 2 telefones de forma distinta ou backup. A receptora é conectada ao software de monitoramento via uma porta serial ou USB, USB não recomendado por ser uma porta emulada. O custo de aquisição de uma Receptora está entre R$1.200,00 e R$100.000,00, dependendo do fabricante e recursos desejados, sendo recomendado possuir no mínimo os seguintes recursos:
- Buffer (memória de eventos recebidos) de 512 eventos por placa de linha;
- Display de visualização com teclas de comando de recepção manual, para o caso da falha de comunicação com o computador o operador consiga receber os eventos manualmente;
- Alimentação auxiliar por bateria, isto para cobrir eventuais falta de energia elétrica. Esta alimentação auxiliar também deve funcionar como um carregador de bateria enquanto a receptora tiver sendo alimentado pela energia elétrica.
- Comportar a interpretação dos protocolos de transmissão convencional: Ademco Slow, Ademco Express (4+2), Contact ID, Silent Knight, Sescoa e Radionics, etc… Desejável o protocolo digital SIA para permitir comunicar via VOIP (Voz sobre o IP).
- Por rádio: Requer um rádio mestre receptor, conectado ao software do fabricante via porta serial ou USB e normalmente uma porta serial virtual conectada ao software de monitoramento.
- Por GPRS e Ethernet: necessita a instalação do software receptor do fabricante do modulo transmissor, qual se conecta ao software de monitoramento geralmente via porta serial virtual. A maioria dos softwares receptores são fornecidos sem ônus pelos fabricantes.
Outros equipamentos/serviços necessários na Central de Monitoramento:
- Receptoras: Receptora via linha telefônica e softwares receptores em conformidade ao equipamento utilizado nos clientes.
- Telefonia: Pelo menos duas linhas fixas de operadoras distintas para recepção e uma linha para contato com os clientes e fornecedores. Necessita também de pelo menos um celular para contanto com clientes internos/externos e Smartphone para auto despachos de serviços técnicos e de atendimentos conforme a quantidade de colaboradores para execução destes serviços.
- Internet: embora possa trabalhar com IP dinâmico, recomendamos a contratação de uma faixa de 2 ou mais IP’s fixos de operadoras distintas.
- Para uso somente com alarmes, um link de 10Mb Full atende plenamente.
- Para uso com monitoramento de alarmes e imagens (sem gravação), Recomenda-se iniciar com um link de 30Mb e estimamos que a cada 10 clientes necessita 2Mb para monitoramentos eventuais.
- Para gravação de imagens remotas, o cálculo do passo acima não se aplica, pois este valor cresce exponencialmente, em função do trafego constante e também dependem de como foi configurado a resolução, taxa de frames e bit rate lá no cliente.
- Switch 100/1000: Isto para possibilitar uma rede de computadores. Preferencialmente um Gigabits.
- Computadores:
- Para monitoramento de Alarme e Imagem:
- Ao Servidor recomenda-se no mínimo: Processador Intel I5 de 6ª geração, 8GB de memória RAM, 2 saída de vídeo com resolução de 1360×768 ou superior, uma porta serial e outra RJ45 100/1000Mb, disco rígido de 500GB SSD e sistema operacional Windows 7SP1, 8, 10, Server 2012 R2 ou superior.
- As estações de trabalho devem ter no mínimo: Processador Intel I5 de 6ª geração, 6GB de memória RAM, 2 saídas de vídeo e o sistema operacional Windows 7 SP1, 8, 10 ou Server 2012 R2.
- Para monitoramento de Alarme, Imagem e Portaria Virtual:
- Ao Servidor recomenda-se no mínimo: Processador Intel I5 de 5ª geração, 8GB de memória RAM, 2 saída de vídeo com resolução de 1360×768 ou superior (uma para monitoramento e outra para imagens), uma porta serial e duas RJ45 100/1000Mb, disco rígido de 1TB e sistema operacional Windows 7SP1, 8, 10, Server 2012 R2 ou superior.
- As estações de trabalho devem ter no mínimo: Processador Intel I5 de 6ª geração, 8GB de memória RAM, 2 saída de vídeo com resolução de 1024×768 ou superior (uma para monitoramento e outra para imagens), sistema operacional Windows 7SP1, 8, 10 ou Server 2012 R2.
- Para monitoramento e gravação de Imagens e/ou Portaria Virtual:
- Ao Servidor recomenda-se no mínimo um servidor “pedigree” Hot swap, com fontes redundantes e processador Intel Xeon, 12GB de memória RAM, saída de vídeo com resolução mínima de 1024×768, no mínimo uma porta serial e duas RJ45 100/1000Mb, Windows Server 2012 R2 ou superior, discos rígidos de 1TB e storage para armazenamento das imagens (depende da quantidade de clientes, tempo de armazenamento e qualidade da gravação).
- As estações de trabalho devem ter no mínimo um processador Intel I5 de 6ª geração, 8GB de memória RAM, 2 saídas de vídeo e o sistema operacional Windows 7 SP1, 8, 10 ou Server 2012 R2.
- Para monitoramento de Alarme e Imagem:
- Energia segura:
- Ter no mínimo 1 Nobreak para os computadores de recepção e processamento, receptoras e link de Internet e Telefonia, calculados para suprir o fornecimento de energia elétrica por pelo menos 30 minutos na sua falta.
- Preferencialmente ter um gerador e nobreak calculados para a demanda de consumo mais uma sobra de pelo menos 30% do total de carga gerada e seu tempo de funcionamento limitado ao tanque de combustível por pelo menos 1 hora.
- Acessórios: Pontos e cabos de rede, Rack de armazenamento, cabos seriais, porta multiserial de no mínimo 2 portas, portas seriais virtuais, monitores, mouse e teclados, etc…
Equipamentos/protocolos homologados no ZINS:
- Receptoras por linha telefônica: Todos os fabricantes que retransmitam a informação pelos protocolos Ademco 685, Bosh/Radionics, Cm-plus I/II, MCDI, Safelink, Sur-gard MLR2 (3I Corporation, Ademco/Honeywell, CAF, DSC, ECP, FBII, Intelbras, JFL, Paradox, PPA, Sulton, Viaweb, etc..).
- Receptores IP: O ZINS recebe de qualquer software Receptor IP ou pelos fabricantes já incorporados no ZINS (JFL e Intelbras).
- Softwares receptores GPRS/Ethernet: Todos os fabricantes que retransmitam a informação pelos protocolos Ademco 685, Cm-plus, MCDI, Safelink, Sur-gard MLR2, Zeus (Intelbras, JFL, Pégasus, Viaweb, etc..).
1 comentário
Anônimo · julho 5, 2017 às 6:26 pm
muito bom o seu artigo